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11/01/2021 - 4,8 milhões de crianças brasileiras são pobres ou vulneráveis

05/01/2021
 
Conclusão é de estudo realizado pela ChildFund Brasil, que revela que a baixa escolaridade, a falta de saneamento e a informalidades são os maiores obstáculos para as crianças.
 
Por: Mariana Lima

Ao todo, 4,8 milhões de crianças brasileiras de 0 a 11 anos de idade vivem em estado de pobreza e vulnerabilidade multidimensionais.

Deste total, 1.165.276 vivem em estado de pobreza multidimensional, enquanto 3.672.946 são vulneráveis multidimensionais (vivenciam o risco de cair na pobreza, devido ao acúmulo de privações, em menor intensidade).

O número total corresponde a uma população semelhante à de países como Costa Rica, Irlanda ou Nova Zelândia.

Entre as dificuldades enfrentadas por este grupo estão a baixa escolaridade, a falta de saneamento básico, ausência de abastecimento de água e dificuldades dos pais ou responsáveis para conseguirem uma vaga no mercado formal de trabalho.

O cenário, caracterizado como pobreza multidimensional, é a realidade vivida por 1 em cada 6 crianças no Brasil, de acordo com um estudo do Núcleo de Inteligência Social (NIS) em parceria com a agência de desenvolvimento infantil ChildFund Brasil e a PUC Minas.

A pesquisa possibilitou a criação do um indicador brasileiro para mensurar o Índice de Pobreza Multidimensional (IPM) para observar a faixa etária de 0 a 11 anos.

Em 2019, o estudo foi feito pela primeira vez, mas observou apenas os estados do Maranhão, Paraíba e Piauí. Neste ano, a mesma metodologia foi aplicada em todo o país.

A proposta é mostrar as diferentes realidades de vivência da pobreza entre os brasileiros, além de ampliar o alcance do índice a locais de possível promoção de políticas e projetos sociais que tenham como público-alvo as populações pobres e vulneráveis.

Para construir a análise, o indicador utilizou dados do Censo Demográfico de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estáticas (IBGE), tendo como unidade de análise os domicílios de todo o país.

Assim, o estudo busca, inicialmente, identificar, para cada domicílio, a existência de privações em uma lista de quatro dimensões e 13 indicadores.

Por exemplo, na dimensão “Educação” são considerados os indicadores de Frequência Escolar, Distorção Idade-série e Escolaridade.

A cada indicador é estipulado um corte, que define se o domicílio sofre com privação ou não. Além disso, também é atribuído um peso em caso de existência da privação.

Para exemplificar, o domicílio recebe uma pontuação de 8,33% se nenhum morador com 18 anos ou mais tiver ao menos o ensino fundamental, e 4,17% se não há abastecimento de água via rede geral.

A soma dos pesos nos 13 indicadores pode chegar a 100%, que corresponde à condição máxima de privação. O domicílio com 0% é aquele sem qualquer tipo de privação.

De acordo com o estudo, um domicílio é considerado pobre se obtiver uma pontuação maior que 33,33%.

Para consultar o estudo completo, clique aqui.


Fonte:
OBSERVATÓRIO DO TERCEIRO SETOR
 
 
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