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07/07/2017 - Estudo revela que investir em crianças pobres pode salvar mais vidas

07/07/2017
 
 
Segundo o UNICEF, se o progresso na redução da mortalidade infantil não for acelerado, até 2030 quase 70 milhões de crianças irão morrer antes dos 5 anos
 

Investir na saúde e na sobrevivência das crianças e das comunidades mais desfavorecidas proporciona um melhor custo-benefício, salvando quase o dobro de vidas a cada US$ 1 milhão gastos em comparação a investimentos equivalentes em grupos menos necessitados, de acordo com uma nova análise do UNICEF.

O relatório Narrowing the Gaps: The power of investing in the poorest children (Reduzindo as Lacunas:
O poder de investir nas crianças mais pobres – disponível para download em inglês, espanhol e francês) apresenta novas provas irrefutáveis que apoiam uma previsão não convencional que o UNICEF fez em 2010: o custo maior para alcançar as crianças mais pobres com intervenções de saúde vitais e de alto impacto seria superado por melhores resultados.

Os resultados são incontestáveis: investir nas crianças mais pobres não é apenas correto em princípio, também é correto na prática, pois salva mais vidas a cada dólar gasto”, disse o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake. “Essa é uma notícia fundamental para os governos que trabalham para acabar com todas as mortes evitáveis de crianças em um momento em que cada dólar conta. Investir de forma equitativa na saúde das crianças também assegura seu futuro e ajuda a quebrar os ciclos intergeracionais de pobreza. Uma criança saudável tem uma chance melhor de aprender mais na escola e ganhar mais quando for adulta”.
Se o progresso na redução da mortalidade infantil não for acelerado, em 2030 quase 70 milhões de crianças morrerão antes do seu quinto aniversário.

Baseado em novos dados dos 51 países onde ocorrem cerca de 80% de todas as mortes de recém-nascidos e menores de 5 anos, o estudo mostra que as melhorias na cobertura de intervenções vitais entre grupos de pessoas mais pobres ajudaram a diminuir a mortalidade infantil nesses países quase três vezes mais rápido do que entre os grupos não pobres.
Essencialmente, o estudo usa novos dados e ferramentas de modelagem para demonstrar que as intervenções que alcançam crianças em grupos pobres mostraram-se 1,8 vezes mais rentáveis em termos de vidas salvas.

O estudo concluiu que o acesso a intervenções de saúde e nutrição de alto impacto melhorou rapidamente entre os grupos pobres nos últimos anos, levando a melhorias substanciais em relação à equidade.
Durante o período estudado, reduções absolutas nas taxas de mortalidade de menores de 5 anos associadas com as mudanças na cobertura dessas intervenções foram quase três vezes mais rápidas entre os grupos de pessoas mais pobres do que entre os grupos não pobres.

Dos 1,1 milhão de vidas salvas nos 51 países durante o último ano estudado para cada país, quase 85% estavam entre os pobres.
Embora o investimento per capita necessário para melhorar a cobertura entre as pessoas pobres seja maior do que o necessário para alcançar as não pobres, esses investimentos salvam quase o dobro de vidas por US$ 1 milhão investidos do que investimentos equivalentes em não pobres.

O estudo lista Afeganistão, Bangladesh e Malawi como alguns dos países com altas taxas de mortalidade de menores de 5 anos onde o foco nos mais desfavorecidos fez diferença para as crianças.
Entre 1990 e 2015, a mortalidade de menores de 5 anos diminuiu em 50% no Afeganistão e em 74% tanto em Bangladesh quanto no Malawi.

As conclusões chegam em um momento crucial, à medida que os governos continuam seu trabalho rumo ao alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que estabelecem a meta de acabar com todas as mortes evitáveis entre recém-nascidos e crianças menores de 5 anos até 2030. Investir na saúde e na sobrevivência das crianças também pode ajudar o alcance de outros objetivos globais de desenvolvimento, como o fim da pobreza (ODS 1).

Narrowing the Gaps faz um apelo aos países para que tomem medidas práticas para reduzir as iniquidades, incluindo: desagregar dados para identificar as crianças que estão excluídas; investir mais em intervenções comprovadas para prevenir e tratar as maiores causas de mortalidade de crianças; fortalecer os sistemas de saúde para ampliar o acesso ao atendimento de qualidade; inovar para encontrar novas formas de alcançar os não alcançados; e monitorar as lacunas de equidade usando pesquisas domiciliares e sistemas nacionais de informação.


Fonte:
Observatório do Terceiro Setor
Por Nathalia Di Oliveira
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